"Não tenho saudades do passado nem previsões do futuro. Também não sou de opinião de que nada tenha valido a pena ser vivido. Valeu. Mas a vantagem maior daqueles tempos, se é que isso era vantagem, é que todas as pessoas eram mais velhas do que a gente; e uns tinham duas avós, um ou outro, bisavô, uns, tios, tinham pais, padrinhos, cachorro, gato, e mesmo quem não tinha ninguém sempre dava um jeito de ter alguém em algum lugar de sua imaginação. Outros tinham tudo isso, mais a mãe, e tinham trenzinho elétrico. Se bem que trenzinho elétrico não era para qualquer um. No Brás, trem elétrico de verdade só apareceu depois das marias-fumaça."
(Do livro Brás, publicado pela Boitempo Editorial.)
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
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