"Com dedos fulvos de outono tínhamos roçado e sobrevoado os nossos ombros, a traço largo atirado luz aos ninhos, ventilado as carícias, com a brisa do mar criado temas, envolvido em zéfiros as nossas pernas, tido rumores de tafetá na palma das mãos. Entrar, que fácil! A nossa carne amava-nos, o nosso odor salpicava. Nosso fermento, nossa bula, nosso pão. Não é escravatura, o vaivém, mas beatitude. Perdia-me no dedo de Isabel, tal como ela se perdia no meu. Que devaneios, nesse consciencioso dedo... Os movimentos que bem se casavam! Houve nuvens a ajudar-nos. Escorríamos luz de alto a baixo."
(De Teresa e Isabel, tradução de Aníbal Fernandes, publicado pela Relógio D'Água Editores, Lisboa.)
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