sábado, 2 de novembro de 2013

Bendita

Bendita sejas tu, que fazes navegar teu navio com tanta beleza. Como ele singra imponente o mar. Bendita sejas tu, que tão generosamente tratas teus marinheiros. Posso maldizer-te por eu não fazer parte da tua tripulação? Desde Joseph Conrad se conhece o risco que é ter um marujo polonês a bordo. Carregam consigo toda sorte de maldições e julgam não ser um dos seus deveres ir lavar os pés das damas no camarote. Mas, quando vão, logo se põem a beijá-los, e sobem as mãos para as pernas e, sem que lhes seja pedido, assumem outras intimidades. E, ao contrário dos lacônicos batavos, belgas e malaios, contam a Deus e ao mundo tudo que na cama conquistam, sejam conquistas reais ou imaginárias.

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