segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Soneto dos dez dedos na garganta

Sossego já não tenho, só tormento.
Há muito tempo já não vivo em paz.
O dia alívio já nenhum me traz
E à noite não encontro esquecimento.

Se durmo, durmo apenas um momento
E obtenho uma consolação fugaz
Que me deixa, se alguma coisa faz,
Mais preparado para o sofrimento.

Se durmo muito, vêm os pesadelos
E nem sempre no fim eu morro, ao tê-los.
Também neles existem falcatruas.

Às vezes morro, sou estrangulado,
E sou então um homem abençoado
Se as mãos que me estrangulam são as tuas.

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