sábado, 5 de abril de 2014

O homem triste

O homem triste lembrou-se hoje do tempo em que sofria nas masmorras do amor, dos suplícios que lhe eram impostos, do chicote que em seus ombros e em suas costas marcou o suave jugo, e repentinamente duas lágrimas lhe desceram pelo rosto. Ah, pudessem doer-lhe ainda, como então, os ombros e as costas a cada letra desenhada com sangue pelo látego, ah, pudesse ele ainda implorar, com o ímpeto da voz ainda não enfraquecida pela velhice: mais, por favor, mais.

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