quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

No jornal (Major Quedinho) - 50 - A edição apreendida

O título certamente sugerirá ao leitor um dos episódios comuns na história do jornal, que em seus mais de cem anos, por suas posições, sofreu pressões de todo tipo, censura, atentados. Mas a edição apreendida a que vou me referir é a de um jornal não tão importante. Era o boletim da ARJM (Associação Recreativa Julio Mesquita). Esta promovia atividades esportivas, bailes, churrascos, excursões, para os funcionários. O boletim, que por muitos anos foi chamado de Estadinho - nome posteriormente cedido ao suplemento infantil, quando este foi criado -, publicava um resumo das atividades da associação e, às vezes, textos sobre as dezenas de áreas do jornal. Numa de suas edições - a que viria a ser apreendida -, havia uma reportagem sobre a seção de limpeza. A maioria dos funcionários era constituída por baianos - e a essa denominação se somaram, como era hábito então, funcionários nascidos em outros Estados do Nordeste, e até do Norte. Uma das mulheres que trabalhavam na seção disse ao repórter uma frase que acabou sendo utilizada no título: "Na limpeza tem mais baiano que gente." Essa frase, que ela disse certamente em tom jocoso, e assim poderia até ser interpretada, se o repórter tivesse sorte, acabou soando como discriminatória, e a edição foi recolhida.

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