"Recebi uma carta sua, divina, esta manhã, escrita na sexta-feira. Não, meu querido, sabe Deus que meu tom 'soturno' não é provocado por coisa alguma de suas cartas. Na verdade, penso que isso resulta de meu estado de saúde; faz parte de minha doença; somente isso. Eu me sinto doente. E sinto muita, muita saudade de você, de nossa casa, nossa vida e de um nenenzinho.
Uma coisa muito escura, assustadora, parece surgir em minha alma e ameaçar esses desejos. Isso é tudo. Sei que isso voltará a acontecer, e quando há essa recorrência eu não posso evitá-la, nem mesmo dizer: isso é temporário, é só por causa disto ou daquilo. Não, mais uma vez estou envolvida e incapaz de suportar. Então, por favor, tente compreender, quando isso acontecer."
(De Diário & cartas, tradução de Julieta Cupertino, publicado pela Editora Revan.)
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