terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Gentleman

Cantei todos os cantos
invoquei todos os santos
e mais outros tantos
e daí?

Minhas flores mais raras
minhas rosas mais caras
e minha alma num estojo
ofereci

Disseram-me ai que nojo
flores sem perfume
rosas cheirando a estrume
e que alma fedorenta
é essa aí

E todos os dias
e todas as noites
e de madrugada
a mais desgraçada
de todas as vidas
vivi

E quando não aguentava
(e quantas vezes
não aguentei)
as unhas no peito enterrei
e estrangulei o coração
e sucumbi

Assim
mil vezes
mil vezes mil
vezes
morri

Mas resta-me ainda
uma morte
que por teu mérito
e meu cavalheirismo
quando eu a morrer
quero morrê-la
integralmente por ti

Nenhum comentário:

Postar um comentário