sexta-feira, 14 de junho de 2013

A esperança é...

... bela, mas me incomoda um bocado seu apego às exclamações, interjeições, clamores, imprecações. A esperança parece um megafone anunciando melancias de Bauru: as melhores, as mais doces, as mais macias, as mais gostosas. A esperança é uma ode com presunções de canto épico. Como é melhor a desesperança, queixando-se baixinho, quase pedindo desculpas por existir, pontilhando com reticências as frases, entre um soluço e outro... A desesperança é uma elegia e, se for uma desesperança de amor, ela tem uma suavidade feita de rouxinóis e violinos. A esperança retumba como o coração. A desesperança sussurra como a alma.

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