domingo, 23 de junho de 2013
Às vezes
Sempre chega aquele momento em que o amor, já se considerando um homenzinho feito, arruma a trouxa e, bravateando, avisa que vai embora, perder-se ou encontrar-se pelo mundo. Leva um tempo decuplicado para preparar-se, esperando que tentem demovê-lo. Quando isso não acontece, ele diz bom, vou indo, e vai. Chegando à rua, anda devagar e olha para trás. Quem sabe... Às vezes o chamam antes de alcançar a esquina. Nem sempre. Às vezes ele volta, mesmo que não o chamem, a pretexto de ter esquecido o canivete suíço. E às vezes ele vai. Quem o acompanha da janela vê só a esquina por onde ele sumiu, e espera, espera. Às vezes ele volta. Às vezes nunca mais. Bom domingo aos amores, doces meninos. Que não os espreitem desgraças nem malfeitores.
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