sábado, 1 de junho de 2013
Do envelhecimento da linguagem
Em Machado de Assis - sempre a referência máxima da literatura brasileira - a linguagem parece sempre atual. Não se pode dizer o mesmo de José de Alencar, às vezes disparatadamente apontado como rival literário de Machado. O autor de Iracema hoje dá a impressão de ser um escritor bem mais antigo. Usar palavras diferentes das usuais, muito rebuscadas, é correr o risco de vê-las causar estranheza não só em seu tempo, mas também nos futuros. Os escritores jovens devem prestar especial atenção a isso e ter a intuição necessária para não exagerar na busca de novidades. Entre regressar e retornar, o mais aconselhável ainda é o simples voltar. Entre usar céu, firmamento e espaço celeste, haverá alguma dúvida? O conselho vale para todas as categorias gramaticais: substantivos, adjetivos, verbos, advérbios. Entre muito, deveras, assaz e sobremodo, a escolha adequada não é óbvia? Ter um bom vocabulário não deve significar, para o escritor, a obrigação de usá-lo.
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