quarta-feira, 19 de junho de 2013
Quando falo de amor,
recuso-me a aceitar que sou eu quem fala. Sou outro, tenho um rosto diferente, meus olhos também são outros, e as palavras me saem e soam como se acabassem de ter nascido da fonte da poesia. Sou melhor quando o amor me bebe, me toca, me aguça. É cego o amor, para assim me beber, tocar e aguçar. Que seja surdo, também, e não me ouça dizer estas palavras que me deixam alvoroçado e tumultuoso como o coração de um jovem mortal espreitando o banho de Diana, a caçadora.
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