quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Kama Sutra - CCLXVIII - Márika Voroshenka(6)

Meus encontros com Márika Voroshenka são ora matinais ora vespertinos. Num desses últimos, ela me disse que gostaria de provar um sorvete do homem que os vende no parque, num carrinho que, se foi novo, deve ter sido há vinte anos. São sorvetes caseiros, que mais parecem gelo sobre o qual o homem atira um refresco. Ele tem um com sabor de groselha, um com sabor de abacaxi. Comprei um de cada para nós e, depois de tomar os meus, ainda havia um pedaço do segundo dela. Não sei se foi para a sua boca que olhei com desejo, ou se para o sorvete. Sei que ela me ofereceu aquele finzinho. Pensei que ela fosse me passar o palito, mas ela enfiou na boca aquele último pedaço e me incitou, com os olhos, a tomá-lo dela. Meus lábios lutaram com os seus por um momento, e cada um de nós teve sua parte, presumo que ambas iguais. De vez em quando repetimos a cena. Contá-la traz-me uma excitação morna. Ah, Márika.

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