É triste o tempo em que o amor
Esquece a origem divina,
A mão estende na esquina
E esmola sem pundonor.
Pede por Deus, por favor,
À mulher feita, à menina,
Uma porção pequenina
De simpatia ou calor.
A quem lhe nega atenção
Encara com brusquidão
E ameaça então desvelar
As chagas que ele sempre usa,
Pretextos dos quais abusa
No ofício de pedinchar.
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