quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Musa

Não a chamar, nunca, de musa, se o nome dela é tão belo. Não querer dela nada além do que ela é: um pássaro, uma flor que por sorte nos coube admirar. Chamá-la de musa seria ter a pretensão de ser poeta, e que poeta poderia exprimi-la em sua inteireza? Vê-la, admirá-la, não mais que isso. Vê-la, admirá-la, e deixar que o vento a toque por nós. Mesmo que nos permita, mesmo que nos incite, não transpor jamais aquela distância que o tributo à beleza nos recomenda.

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