"Enlevada, assim cidade-mulher e acarinhada neste maio, já cedo com seus barcos e seus marrecos entre as águas dos canais, linda. Além dos carrilhões das igrejas, as carrocinhas de música, mantidas pelas moedas do povo passante pelos cuidados de anônimos voluntários comem o ar, realejos enormes, coloridos e valsosos. É onomatopaico, teu nome. Amsterdam, Amsterdam, ô inesquecível, já começas nome soando como batida de sino. Sua bonita.
Toda entulipada, colorida de azul, de vermelho, de amarelo como em teus campos incomparáveis, únicos, a explicar, se há sol e se há vento, a arrebentação de um talento em cor como Van Gogh. Sua loiraça, ficas engalanada, casa de bonecas. Nem te chamarei de lindinha, és feito a pele de suas mulheres, louraça de coxas brancas. Sua bonita."
(Do conto "Amsterdam ai", do livro Abraçado ao meu rancor, publicado pela Editora Guanabara.)
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