quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Kama Sutra - XLVIII
Eu poderia ter sido uma folha miúda, talvez só uma parte dela, que, caindo por acaso na tua blusa, se afeiçoasse a ela e, apesar da brisa da noite, se apegasse àquele centímetro quadrado de suave tecido e, por uma dessas sortes que às vezes algumas folhas têm, entrasse em tua casa, em teu quarto, e só então se desprendesse da blusa para deitar-se em tua cama, esperando, com paciência e discrição de folha, que tomasses banho. Quando viesses, eu, se me favorecesse a ventura, aderiria à roupa que tivesses posto para dormir, ou ao teu corpo, se não tivesses posto nenhuma.
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