segunda-feira, 24 de setembro de 2012
O teste dos olhos
Confesso que desde a adolescência, e antes até, fui presunçoso. Quando rabisquei meus primeiros parágrafos, eu queria, com eles, nada menos que reproduzir a beleza. Até hoje não sei definir a beleza e, se soubesse, ela já me interessaria menos. Aqueles a quem se dirige uma obra de arte podem utilizar a racionalidade. Mas para aqueles que a realizam - ou tentam realizá-la, como é o meu caso - convém seguir o sentimento, deixar que ele nos ocupe inteiramente. Acredito - e sei que essa é uma concepção juvenil e quase risível - que a arte, para ser bela, há de ser concebida com um fervor místico. Se os olhos permanecerem secos durante o processo de criação, melhor será não levá-lo adiante.
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