sábado, 16 de fevereiro de 2013
Cai fora, velho
Os sábados deveriam ter mais condescendência por nós do que os outros dias. Mas são os piores, eles e os domingos. Já os conheço bem, tristemente bem. Não adianta virem como este, com o sol sorrindo como nos desenhos de crianças. Sei que são todos impostores e não retribuo mais seus sorrisos. Tenho vontade sempre, como hoje, de pegar uma folha e desenhar este sol com barba, bigode e cavanhaque. Barba, bigode e cavanhaque brancos, para desmascarar esse velhíssimo senhor que insiste em se mostrar juvenil. E acrescentar ao desenho uma bengala. E fazê-lo caminhar penosamente, gemendo, para o oeste. E torcer para que o xinguem no caminho todo, e que lhe atirem pedras, e que as pedras o atinjam. E que ele caia, como devem cair todas as farsas.
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