quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
No jornal (ARJM) - 10
Foi num domingo no fim da década de 1970. Era um churrasco da ARJM (Associação Recreativa Julio Mesquita), não lembro se no Suarão, Praia Grande ou outra cidade do litoral. Sei que havia um sol magnífico e lá estavam funcionários de todas as áreas do jornal. Muita alegria, crianças correndo por toda parte. Enquanto a carne era preparada, circulava bebida sob todos os seus nomes: vinho, cerveja, uísque (e principalmente cachaça). Havia, no pé de cada uma das traves do campo de futebol, um garrafão da boa - para uso dos dois goleiros e dos outros vinte jogadores. Esses estavam distribuídos em um time com camisa e um time sem. Faltava o juiz e, desafortunadamente, fui escolhido. Nomearam-me e deram-me um apito. Autorizei o início e todos se puseram a perseguir a bola - embora a maioria não tivesse mais condições de distingui-la. Tudo ia bem, para mim. Tanto fazia apitar ou não apitar. Os jogadores acabavam resolvendo os problemas à base do palavrão e, nos casos mais difíceis, com bem aplicados empurrões. A todo instante se interrompia o jogo, nem tanto pela impiedade do sol, mas para bons goles nos garrafões. Um dos goleiros, por sinal, já dormia encostado numa das traves. Eu passaria sem uma reclamação se, já no fim da partida, um dos craques do time com camisa não me interpelasse vivamente. Foi mais ou menos no meio do campo. Ele (Herbert Laranjo) olhou para a minha camisa e me cobrou: "Qual é a sua? Eu estou de olho em você. Desde o começo você está se escondendo do jogo. Quando é que você vai ajudar na marcação?" Eu lhe mostrei o apito, mas ele não quis saber: "Pega aquele que vem pela ponta. Vai, vai!"
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