domingo, 17 de fevereiro de 2013
O rapazola e o velhote
A mulher, uma daquelas que têm quarenta mas não parecem haver chegado aos trinta, conta a duas amigas como o rapaz se aproximou dela no shopping: "Vocês duas precisavam ver o tipo. Uns dezoito anos. Nem olhei direito, mas acho que era daqueles que ainda mamam na mãe e têm aparelho nos dentes. Ficou andando do meu lado, como se fosse meu guarda-chuva, falando, falando. Eu não entendi quase nada, só quando ele falou motel." "Imaginou você entrando num motel com ele? Iam pensar que eram mãe e filho", gracejou uma das amigas, enquanto a outra ria. "Filho?!", a mulher exclamou. "Nada a ver! Se vocês vissem a cara dele. Jesus! Sei que lá pelas tantas, depois que ele falou em motel, eu parei num quiosque de sorvete do McDonald's, entrei na fila, virei para trás e disse bem alto: "Já falei que não vou pagar sorvete pra você. Vaza, menino!" As duas amigas se sacudiram com as gargalhadas: "E ele vazou?" "Na hora", respondeu a mulher, gargalhando também. "Se fosse um tempinho atrás, você acabava devorando o franguinho, é ou não é?", disse, decepcionada, uma das amigas. "É, eu sei que tenho essa fama de loba", a mulher comentou, como se beleza e charme fossem um fardo. E continuou: "Mas querem saber? Não adiantou nada. Eu tinha acabado de dar um bico no pivete e, quando fui ver, estava andando comigo, quase enganchado no meu braço, um velhote que parecia ter saído do Araçá. Bom, esse eu nem deixei começar a falar. Fui logo dizendo: Meu senhor, seu nome não é Matusalém? O alto-falante acabou de chamar o senhor.
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