sábado, 16 de fevereiro de 2013
Se ao menos...
... o amor desse uma trégua e nos permitisse dormir uma hora ou duas. Se ele fosse paciente conosco e não nos sacudisse toda vez que começamos a fechar os olhos. Se ele nos desejasse boa noite. Se ele não nos flagelasse até nos sonhos. Se ele, se ele, se ele. Ele jamais fará isso. É da natureza do amor fazer-nos sofrer. Se ele nos desse paz, não seria amor, seria um entretenimento, um passatempo com dia e hora marcadas. Melhor assim, então. Não dormiremos, não descansaremos, porque ele amanhã vai querer nos ver assim, com estas olheiras, com este rosto pálido, essas marcas que ele permanentemente exige de nós. Ele nos cobrará isso e nós lhe prestaremos contas, como sempre prestamos. Estaremos mentindo se dissermos que fazemos isso de má vontade.
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