"As amantes na época da minha história, e mais ainda hoje com o celular, o que fazem é ligar, que se pode contra isso? Muitos maridos, hoje, têm um entre vários celulares seus para o qual apenas a amante liga. É o "celular da amante", cujo número só ela tem, que permanece na gaveta dele na empresa e depois, com as camisinhas, vai para algum lugar secreto do carro, silenciado quando a esposa viaja junto. É a modernidade, ou a pós-modernidade. A esposa, por seu turno, tem o "celular do amante", que carrega na calcinha e não toca, vibra. Mediante tal vibrador ela começa a gozar com o amante antes de atender."
(Do livro Crime improvável, publicado pela Ficções.)
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