quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Como os editores poderiam ser
Tive contato com poucos editores. De todos, guardo especial afeição por Carmen Lucia Campos. Nós nos conhecemos na Editora Ática, em 1993, e ela me ensinou a escrever para a Série Vaga-Lume, pondo-me a par das singularidades dessa coleção, a mais famosa da área juvenil. Eu tinha sido indicado por Marcos Rey, com quem me revezei por algum tempo como cronista da revista Veja. Ele me apresentou como alguém capaz de se tornar um autor da série, e se na verdade acabei sendo um deles, devo isso, sem dúvida, às orientações que a Carmen me passou. Ela trabalhou comigo no meu primeiro livro para a Ática - Um inimigo em cada esquina - com tanta intensidade que foi quase uma coautora, especialmente na parte de conteúdo. Eu fazia um capítulo, levava-o à Barão de Iguape (sede da editora) e nós o discutíamos, ponto a ponto, palavra por palavra. Creio que um editor, para merecer a designação, há de ser como a Carmen foi para mim: atenciosa, atenta, participativa. Desde as primeiras observações que ela me fez, senti que nelas sempre havia o sentido de melhorar o texto tanto quanto possível. Depois desse livro inicial, abriu-se um caminho para mim na literatura infanto-juvenil. E esse livro não existiria sem a Carmen, não mesmo. Como a minha produção para adultos é quase toda desconhecida, posso dizer - e digo com uma satisfação enorme - que, se eu posso ser considerado escritor, devo isso a ela.
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