"Tentava dar nome às formas e não achava os nomes, estava e não estava acordado como quando parece compreendermos o sentido do mundo que no instante de o compreendermos se esfuma, o gato em que nasciam olhos depois de bocejar, formas, não sentia nada, não pensava em nada, assistia, formas de palavras também, formas de ruídos, uma ampola a acender-se e a apagar-se e mais formas de ampolas, de sabores, de cheiros, não tinha corpo, era uma forma entre as restantes formas, um cubo, uma pirâmide, uma esfera entre cubos, pirâmides e esferas, era uma palidez de janela que se concretizava a pouco e pouco e a mãe a levantar uma porção sua do charco em que se encontrava."
(Publicado pela Alfaguara.)
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