quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Kama Sutra - LXXIV

No cinema, avançando cautelosamente, ele pôs a mão no ombro dela. Perturbou-se tanto com a maciez da blusa que se proibiu de imaginar como seria se os seus dedos estivessem pousados não no tecido, mas na pele morna. Na tela, durante uma hora e meia houve abraços e beijos que ele não viu porque não quis, porque não podia ver. O sangue já lhe fervia mais do que ele estava conseguindo suportar. Quando o filme terminou e as luzes se acenderam, ele permaneceu ainda um minuto sentado, para se recompor. Mas, quando se levantou, sentia-se tão perturbado, ainda, que precisou afastar a mão do ombro da amada.

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