"Me olhou. Me olhou com seus olhos cor de opala de azeite de urina. Me olhou enquanto comia e sorriu. Comia com correção quase perfeita, exceto pelo leve americanismo do garfo que passava da mão esquerda para a direita para levar comida à sua boca. A mim, que sempre me preocupa a pequena perfeição (a relva cuidada de um parque, as meias combinando com a roupa, a mão sem joias) mais do que as grandes perfeições, me agradava vê-la comer com suas boas maneiras na mesa - recordando suas más maneiras na cama."
(Do livro Delito por dançar o chá-chá-chá, tradução de Floriano Martins, publicado pela Ediouro.)
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