"A presunção de ser original, isto é, de dizer alguma coisa inédita, em forma, é indício de probidade artística; mas ao mesmo tempo uma quimera, a pretensão de acorrentar uma nuvem. O que passa por ser originalidade não é senão a maneira de se apresentar duma coisa velha, a principiar pela moda. Certo rapaz perguntou a um senhor de setenta e cinco anos - homem de espírito que teimava em usar sempre vestuário do mesmo feitio - por que trajava de modo tão antiquado. "A moda volta de vinte e cinco em vinte e cinco anos - respondeu o setuagenário. - Trajando sempre do mesmo modo, no decorrer da minha vida, eu estive três vezes no rigor da moda."
(Do livro A necessidade de se iludir, tradução de Marina Guaspari, publicado pela Editora Vecchi Ltda., Rio de Janeiro.)
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