"Ah, ser um escritor, um verdadeiro escritor, entregue à profissão, e só a ela! Ah, eu fracassei hoje; virei-me de costas, olhei por cima do ombro, e imediatamente aconteceu, senti como se eu também tivesse sido derrubada. O dia se tornou frio e escuro em um instante. Parecia pertencer a um crepúsculo de verão, em Londres, ao clangor dos portões que se fechavam nos jardins, à profunda luz que tingia os altos edifícios, ao cheiro de folhas e poeira, à luz das lâmpadas, à agitação dos sentidos, ao langor do crepúsculo, ao seu sopro no rosto das pessoas, a todas aquelas coisas que (eu sinto, hoje) se foram para sempre, para mim. Eu sinto hoje que vou morrer logo e repentinamente: mas não por causa dos meus pulmões."
(Do livro Diário & cartas, tradução de Julieta Cupertino, publicado pela Editora Revan.)
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