sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
No jornal (Major Quedinho) - 13 - Walter Santoro
Quando entrei na revisão, em março de 1960, ele já estava lá. Era um pouco mais velho que eu (naquele tempo se poderia dizer que ele era um pouco menos jovem que eu). Logo chegamos àquela categoria, não muito comum, de colegas amigos. Seu apelido era Mineiro e, descendente de italianos, ele se dizia modestamente "fruto da civilização europeia" ou "martelo da montanha". Contava engraçadíssimas histórias de Minas. Como a de uma jovem da sociedade belo-horizontina que, entediada com a sua condição de esposa, resolveu voltar a dar aulas. Bem relacionada, conseguiu uma entrevista com o secretário da Educação. Era uma bela mulher e, enquanto falava das suas pretensões, o secretário a contemplava com olhos sonhadores. "Quer dizer então que a senhora quer ser professora?" Ela respondeu que sim, e ele, dando um soco na mesa, determinou: "Professora, não! Diretora!" Outro episódio jocoso que ele contava era a primeira partida do Atlético Mineiro contra o Corinthians, em São Paulo, em que o Galo sofreu vexaminosa goleada (vou consultar o Almanaque do Corinthians, do Celso Unzelte, para ver o resultado.) Segundo o Walter, como a bola não chegava nunca ao ataque do Atlético, o centroavante do Galo, médico na "vida civil", batia um papo com o zagueiro que, embora não precisasse, o marcava. Quando o placar já estava espantosamente vergonhoso para o Atlético, o zagueiro do Corinthians, encantado com a educação do centroavante médico, pediu: "Doutor, o senhor ma dá uma licencinha? Eu vou lá fazer o meu golzinho e já volto."
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