segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Novas notas para psicanálise

Tenho dormido à toa. Lendo um livro, escrevendo uma frase, tudo repentinamente se apaga e eu acordo uma ou quatro horas depois, com o bloquinho e o livro no chão. Tenho tentado controlar isso, mas não consigo. Quase não saio mais com o carro e, se saio, não ando mais que quinze minutos. Se um dia voltar a fazer trajetos menos curtos, ainda que seja a Santos, cidade à qual criei ojeriza sem nenhum motivo - como, de resto, criei ojeriza a tantas coisas por esse especial motivo de não ter motivo nenhum -, precisarei lembrar-me disso e ir sozinho, ou deixar que alguém dirija. Até Santos são setenta quilômetros, uma hora e meia, noventa minutos. Não é tanto assim, mas, afinal, são noventa possibilidades - ou chances? - de eu apagar. Mais do que eu mereço.

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