sexta-feira, 22 de novembro de 2013
De tempo, cartolas e coelhos
Todas as digressões filosóficas sobre o tempo parecem e parecerão sempre profundas. Colocar numa mesma frase passado, presente e futuro é sucesso garantido, como o dos mágicos que desentocam coelhos das cartolas. Vemos mil vezes aquilo, em circos internacionais e de capões redondos, nunca entendemos como funciona, mas estaremos prontos para ver pela milésima primeira vez. O tempo é escorregadio, não se deixa apanhar, digam o que disserem de einsteins e pascais, e quem conseguisse tê-lo nas mãos acabaria com o único problema que, no fundo, interessa à filosofia e ela jamais resolverá. Mas toda tentativa é acolhida com simpatia por nós. Nunca entendemos nada, embora, por educação e por nossas sempre tolas esperança e cortesia, acabemos aplaudindo sempre, para não magoar nem o mágico nem o coelho.
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