Deus te abençoe
menina ruiva
do saiote azul-marinho
pelo glorioso momento
em que com
teus cabelos de ouro
dividiste com o sol
a majestade da manhã
desta quinta-feira
e que andando
por dois minutos ou três
pela passarela do
Centro Cultural
deixaste em todos
a convicção de que
se não tivesses entrado
no metrô e não descesses
sua escadaria
aquele velho presunçoso
lá em cima
que se ufana de ter piscado
para Cleópatra
enlouquecido Lucrécia Bórgia
e beijado os ombros
de Ingrid Bergman
teria tentado fulgurar
mais intenso
e talvez ensaiasse até
uma vistosa cambalhota
para te ofuscar
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