Só no escuro eu me sinto bem
naquele escuro denso
que nem um alfinete perfura
naquele escuro
que apenas fantasmas
almas atormentadas
e o sopro raivoso
das maldições mais amaldiçoadas
ousam povoar
Não tenho medo do escuro
Tenho pavor das manhãs
e do sol faiscante
malditos cães farejadores
aos quais os homens -
mais temíveis que fantasmas
almas atormentadas e pragas -
deram um pedaço esfarrapado
de minha alma
para cheirar
e que latindo me acossarão
e mordendo me acharão
em qualquer buraco
em qualquer cova
em qualquer toca
em que me esconda
mesmo que no inferno
eu vá me entocar
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
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