Pensei muito
no que poderia haver
de mais terno
entre nós
e imaginei
uma chuva lenta e morna
que nos surpreendesse
uma tarde
num parque
e fosse tão lenta
e tão morna
que não nos fizesse
correr como os outros
e nos conduzisse
em passos morosos
para lugar nenhum
onde haveria um
caminho para
outro lugar nenhum
e outro e outro
para os quais caminharíamos
sob a chuva
lenta e morna
e não precisaríamos
nos dizer nada
e nos entenderíamos
como só um homem
e uma mulher
tocados pelo amor
podem se entender
uma tarde
num parque
sob uma chuva
lenta e morna
caminhando não
para um arco-íris
mas para a simpática
mesinha de um café
domingo, 30 de janeiro de 2011
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