"Que felicidade, estar só. Ver a quente luz do entardecer na calçada lá fora, os ramos de uma árvore desfolhada, projetando suas parcas sombras. Ouvir nos fundos do lugar os sons de um jogo de beisebol que o homem que me servira ouvia no rádio. Eu não pensava na história que iria fazer sobre Alfrida - não sobre aquela em particular - mas no trabalho que queria fazer, que parecia mais como agarrar algo no ar do que construir histórias. Os gritos da multidão me atingiam como enormes batidas de coração, carregadas de tristezas. Adoráveis ondas de sons metódicos, com seu lamento e sua aceitação distantes. Era isso o que eu queria, era isso que achava merecedor de minha atenção, era assim que queria minha vida."
(Do livro Ódio, amizade, namoro, amor, casamento, tradução de Cássio de Arantes Leite, publicado pela Editora Globo.)
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