"Oh, que belo, agradável e extenso verão! Joseph levantou-se para prosseguir vagarosamente o seu caminho por uma rua opulenta e elegante, mas silenciosa. Nela, sim, os ricos permanecem em casa aos domingos, não se expondo senão com estrita parcimônia. Andar pela rua nos feriados é algo que não se faz. Todos os magazines estavam fechados. Alguns pequenos grupos de pessoas vagavam aqui e ali, dispersavam-se, cambaleantes e oscilantes, homens e mulheres de aparência muitas vezes deselegante. Que humildade em cada um daqueles passeadores avulsos! E como podia ser que um domingo tivesse juma aparência dessas, amarga e mesquinha! 'Para certas pessoas', pensou o ajudante, 'tornar-se humilde acaba sendo na vida o último refúgio.'"
(De O ajudante, tradução de Zé Pedro Antunes, publicado pela Editora Arx.)
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