sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Como é melhor
Como é melhor aquele amor que dói na carne, que flagela a alma, aquele amor que queima o rosto com suas lágrimas de fogo. Como é melhor aquele amor que traz em cada instante a morte da esperança. Como é melhor aquele amor que toca as campainhas como um mendigo, aquele amor a quem negam pão e oferecem sarcasmo. Aquele amor que os outros acham ridículo. Aquele amor que faz com que nos chamem de senil. Como é melhor aquele amor. Como é único. Como é bom tê-lo assim nos lábios, abrir a janela e soprá-lo. Talvez ele conheça essas complicações de lestes e oestes, de paralelas e coordenadas e encontre aquele lugar único, na cidade, onde lhe negarem pão representará a ventura de ver aqueles lábios se movendo mais uma vez, ainda que não lhe digam a palavra almejada.
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