quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Kama Sutra - CDLXVI
Quando adolescente, uma contorcionista de circo o impressionou e o encheu de uma ternura e uma inquietação que nunca mais viria a sentir. Ela era alta e, no final do número, reduzia o corpo de tal maneira que diante dos espectadores parecia pouco maior que uma cachorra de tamanho médio. Ele passou a pensar em uma que fosse baixa e, ao se apequenar, se assemelhasse a uma gata. Poderia levá-la no bolso para onde fosse e desdobrá-la quando ela quisesse. Nunca, porém, à noite, quando a aninharia no colo e começaria a beijá-la sem saber se beijava os braços, as pernas ou outras partes que ela camuflasse com seu mágico jogo de se desmontar e remontar-se.
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