sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Como deveria ser o amor
O amor deveria acometer-nos só aos domingos, como aqueles acessos de alegria que estouram repentinamente como febre nos jovens e os fazem saltar como cabritos monteses. O amor deveria ser sempre assim, uma embriaguez repentina dos sentidos que nos incitasse a ir a um parque e a deitar-nos na grama, se possível com a amada, e a apanhar nos cabelos dela os pequenos e brincalhões raios de sol. Ao amor caberia bem essa natureza de diversão, de entretenimento, de piquenique. Deveria haver sempre sol onde o amor estivesse e, se por acaso chovesse, que fosse apenas para formar no céu um arco-íris. O amor deveria manter relações estáveis com o algodão-doce, a pipoca e o sorvete e desconhecer o significado de palavras como ressentimento e rancor.
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