quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Kama Sutra - CCLXIII - Márika Voroshenka(1)
Márika Voroshenka não se importa se eu sopro os pelinhos do seu braço. Finge não perceber. Também simula não ouvir se lhe digo que está particularmente deliciosa. Se consigo colocar-lhe a mão no ombro, pretextando ajudá-la a atravessar a rua, e o aperto com uma intenção que até o algodão de sua blusa percebe, ela continua impassível. Só no meio do caminho, se ela estiver magnânima, permite que lhe acaricie a nuca. É seu ponto fraco. Meus dedos vão ganhando ali vantagens que crescem à medida que nos aproximamos da área menos visitada do parque. Ali, nos dias em que Márika continua receptiva, meus lábios costumam ser aquinhoados com beijos que aniquilariam o mais convicto dos monges e minha língua se sente a mais venturosa de todas as línguas. Ah, Márika.
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