quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Kama Sutra - CCLXIV - Márika Voroshenka(2)
Márika Voroshenka às vezes parece uma adúltera assustada. Se alguém, principalmente um homem, se aproxima do banco recôndito em que nos sentamos no parque, ela exige que eu a desabrace e finja não conhecê-la. Puxa então da bolsa uma revista que eu simulo ler. Hoje aconteceu isso. Um senhor com seu cachorro surgiu sorridente na trilha e eu, olhando por cima da revista, fiquei a observá-lo enquanto se afastava. Enquanto isso, Márika olhava para o céu, como se fosse uma aprendiz de meteorologista. Quando o homem sumiu de vista, ela, como sempre ocorre em situações assim, pôs de volta meu braço nela, e puxou meus dedos, mais amorosamente do que nunca, para o seu seio.
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