quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O amor na janela

Ouvidos moucos
o vento veio de longe
trazendo a mensagem
aquela mesma
que o bem-te-vi
trouxera
e o beija-flor repetira

O amor ficou
esperando na janela
de um sobradinho
que a esperança
numa boa resposta
o fizera pintar inteiro
e suspirava tanto
que lhe doía o peito
e cada brisa
nas folhas da árvore
lhe parecia o vento

Esperou
a tarde toda
esperou
a noite inteira
e esperava ainda
de madrugada quando
o cansaço
e a desesperança
o levaram
para a cama
que chorando
e abraçando
ele chamou por
um nome de mulher

Ouvidos moucos
custava tanto
dizerdes ao vento
palavras amáveis
ou vossa boca
estava ocupada
com a modulação
dos vossos
encantadores bocejos?

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