terça-feira, 18 de maio de 2010
Pequenas alegrias urbanas (124) -- Melhor não
Cada sonho que conseguia realizar lhe parecia tão decepcionante, quando consumado, que - depois de conquistar todos os prêmios possíveis com sua arte, de ser citado sempre com reverência e de saber que seus bens já eram suficientes para manter três gerações de descendentes, mesmo que viessem todos a ser ociosos, libertinos e viciados em jogo - ele se sentiu feliz ao ver rejeitada sua primeira tentativa de se aproximar da jovem amada, e mais feliz ainda ao notar que essa rejeição, dura e até cruel, quase feroz, prometia repetir-se em qualquer nova tentativa que ele certamente ainda faria.
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