sábado, 22 de maio de 2010
Pequenas alegrias urbanas (135) -- Carta
Bom dia, meu querido (uso esta palavra porque ela se impôs docemente a mim em tantos anos de convívio e porque, apesar de tudo, e mesmo contra os conselhos de minha razão, eu a sinto ainda viva, forte e intensa como sempre foi). Meu querido, escrevo para lhe pedir com fervor que, embora eu há um ano haja suplicado que não entrasse mais em contato comigo e você tenha cumprido religiosamente essa condição, continue assim, alheio e distante, porque essa será a forma de eu alcançar enfim aquela que será minha maior felicidade - a de morrer e assim não precisar mais pensar em você, embora receie que no último instante eu ainda vá murmurar seu nome, querido, meu querido.
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