sábado, 22 de maio de 2010
Pequenas alegrias urbanas (138) -- O exercício
Rejeitado pela amada, entregou-se a um doloroso esforço diário, com que tentava esquecê-la, e já estava no terceiro mês desse triste exercício quando uma noite, afinal, além de conseguir dormir quase instantaneamente, sonhou que a mulher, andando por uma das ruas nas quais ele tivera a ventura de acompanhá-la de mãos dadas, havia caído e quebrado os braços. Embora não lhe desejasse tão lastimável sorte, ele acordou com a convicção de que estava começando a ter êxito no seu projeto, o que lhe deu uma satisfação notável, anulada na noite seguinte ao sonhar outra vez e se ver levando flores à amada, no hospital, e ser expulso aos berros e espancado por ela com toda a força dos seus braços, surpreendentemente curados.
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