quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Soldado
Sinto-me como um soldado que, gravemente ferido em um combate, acorda alguns dias depois em um hospital e não consegue lembrar qual foi o exército por ele defendido. Às vezes, vem-lhe aos lábios uma palavra que lhe parece ser amor, mas ele não tem certeza. Todo dia tem ido visitá-lo uma mulher que sempre chora muito e repete algo que lhe soa como Glauco, Glauco, Glauco e depois se põe a perguntar por quê, por quê, por quê? Além dessa confusão mental, ele não sente nada, a não ser umas pontadas e repuxões no pulso esquerdo, quando as enfermeiras vão refazer o curativo.
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