sábado, 8 de janeiro de 2011

Caixinha

Esperar que ao menos uma vez o amor possa te comover e ouças as palavras dele e, sendo talvez por ventura ou graça um dia em que te esqueças de analisar tudo como se tudo devesse ser analisado, escrevas as palavras ditadas por ele e as envies a mim, que as guardarei numa dessas pequenas caixas nas quais ficam aquelas fotos, aqueles papéis, aqueles boletins escolares, aquela medalha ganha numa olimpíada esportiva, aquele elogio do professor de português, aqueles cinco ou seis objetos que costumam, quarenta ou cinquenta anos depois, contar e resumir toda a felicidade de uma vida.

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