quarta-feira, 21 de julho de 2010
Lírica (213) - A árvore
Fizeram tudo certo. Plantaram o amor, cultivaram-no com o que tinham de melhor, viram-no crescer e florescer. Porém, quando os bem-te-vis já haviam incluído a majestosa árvore no itinerário dos seus barulhentos voos, repentinamente os dois se tomaram de um amargor inexplicado, e cada galho, cada ramo, cada flor, todos morrendo aos poucos, nunca mais receberam a visita de um passarinho sequer, nem mesmo daqueles mais cansados, aos quais agradaria ao menos o breve conforto de uma sombra.
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