terça-feira, 27 de julho de 2010
Lírica (270) - Moça morta
No velório da garota que definhou e morreu por amor, as velas se apagaram, sopradas por um vento feroz que destelhou casas e derrubou árvores. Sempre que alguém pegava outra vez os fósforos, o vento voltava com fúria redobrada e foi preciso desistir. De manhã, quando foi sepultar a garota, a família viu na rua milhares de passarinhos mortos e também, embora a cidade ficasse a cem quilômetros do mar, uma infinidade de pequenos peixes que pareciam trazer uma mensagem, interrompida pela morte.
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